Train to Busan (2016)
Pai e filha iniciam uma viagem de metrô que promete levá-los até Busan. Em meio à uma crise familiar, uma repentina infestação zumbi toma conta da Coréia do Sul. Temos aqui uma produção mais voltadas aos moldes hollywoodianos, diferentemente do que esse país tem nos apresentado recentemente. Só que melhor. Muito melhor. Temos um equilíbrio entre as tensas cenas de ação e os momentos calmos e sentimentais. Funcionam perfeitamente.
Uma qualidade destacável é a cumplicidade com as emoções. O filme é muito humano. Em situações em que qualquer outra obra apelaria para o sensacionalismo, com um discurso ou com frases de efeito, os personagens preferem demonstrar com gestos e frases simples, coroando as atuações impecáveis. Destaque para a pequena Kim Su-an.
Por falar nos personagens, o que se pode dizer é que são legítimos e apresentam, quase em sua totalidade, ações plausíveis para as situações. É bom destacar o "quase" pois uma personagem secundária toma uma atitude no segundo ato que é necessário respirar fundo e pensar : "Ok, vamos esquecer que isso aconteceu".
A mixagem me incomodou em alguns momentos. A trilha sonora se sobressaia de maneira invasiva e várias vezes eu me peguei fazendo a pergunta: "Como o zumbi não escutou esse barulho?!". Os efeitos especiais não são excelentes, mas não incomodam, acontece que, quando são necessários, a física fica um tanto quanto estranha.
Os zumbis são bons, a transformação e os hábitos são marcantes. Não é um filme inovador, mas não se pode dizer que é mais do mesmo. Certamente vai se tornar uma referência pela química entre o terror e o drama que a maioria das produções do gênero tentam alcançar mas poucas conseguem.
Busanhaeg é um filme essencialmente humano, com elementos de terror que afloram os sentimentos mais primitivos do homem. Medo, egoísmo, amor. E caso você tenha um pingo de humanidade em seu coração, é impossível não se emocionar com o desfecho.
Nota: 8,9