The Lost City of Z (2017)
Escrito e dirigido por James Gray e estrelado por Charlie Hunnam, Siena Miller e Robert Pattinson, The Lost City of Z, um dos filmes mais esperados desse ano, conta a história do explorador inglês Percy Fawcett que, no início do século passado, se meteu nas matas da floresta amazônica, mais precisamente no Mato Grosso, em procura da lendária cidade perdida do El Dorado, a qual ele chamava de “Z”.
O filme, como qualquer outro que se proponha à explorar matas densas, sobretudo a amazônica, deve muito ao livro Hearts of Darkness (obra que inspirou Apocalypse Now(1979)), de Joseph Conrad e aos filmes Aguirre, Wrath of God (1976) e Fitzcarraldo (1982), ambos do aventureiro alemão Werner Herzog.
Porém, ao contrário de Herzog, James Gray não consegue capturar a excitação de se buscar uma civilização perdida nos rincões da Amazônia. Poucas cenas das quase duas horas e meia de filme se passam na floresta e, sendo esse o ponto chave da história, fica a impressão de que uma ótima oportunidade foi perdida.
Fica claro que a tentativa do autor foi menos sobre a aventura em si e mais sobre a obsessão de um homem, mas mesmo nesse quesito ele falha, já que se perde em temas anacrônicos como racismo e feminismo. Vale lembrar que Percy Fawcett acreditava em cidades perdidas na América do Sul construídas por descendentes do continente perdido de Atlântida, mas aqui Gray o transforma em um ativista pelos direitos indígenas. Uma lástima.
As atuações não são espetaculares, mas dignas, assim como a cinematografia. O filme ganha créditos por buscar uma visão mais artística e menos pitoresca da história do Coronel Percy Fawcett (que teve filmes como Indiana Jones baseado em sua expedições), mas se perde devido ao roteiro fraco e anacrônico.
Nota: 6