Top 10 - Filmes de 2017 (Rafael Costa)
10 - The Void
Melhor filme de terror do ano, o independente The Void trabalha sua inspiração Lovecraftiana com maestria. Utilizando apenas um pequeno grupo de pessoas presas em um hospital cercado por homens encapuzados, o filme se destaca pela estética e pelo vazio e insignificância que seu terror cósmico gera.
9 - The Beguilled
Remake do filme de 1971 que contava com Clint Eastwood, o The Beguilled de 2017 traz Colin Farrel na pele do soldado da União ferido que se vê em meio a uma casa de mulheres confederadas. A dualidade entre Norte e Sul e de gêneros, assim como o ciúme e as traições que a chegada do soldado gera nas mulheres estão lá, porém com uma melhor cinematografia, iluminação, trilha sonora entre outras questões técnicas que o tempo nos trouxe.
8 - Free Fire
Produzido por Martin Scorsese e dirigido pelo ótimo Ben Weathley, Free Fire passou desapercebido no ano. O filme se desenrola durante um encontro de gangues que termina em tiroteio em um armazém na setentista Boston. Em filmes que se passam em uma só locação é importante um bom roteiro e Free Fire não decepciona, assim como o elenco, que conta com Sharlto Copley, Brie Larson e Cillyan Murphy.
7 - Baby Driver
O divertido e despretensioso Baby Driver se destaca justamente por isso. Não há nada de original em seu roteiro, que se utiliza estruturas tradicionais, porém a forma como Edgar Wright combina a música com a narrativa eleva sua obra. Baby (Ansel Egort) é um motorista autista que escuta música o tempo todo para abafar um zumbido causado por um acidente de infância enquanto dirige para assaltantes profissionais.
6 - Mother
Novo filme de Darren Aronofsky, Mother, surpreende. Trabalhando com alegorias bíblicas para contar a história de um casal que vive isolado até que visitantes indesejáveis surgem e se inspirando fortemente em Rosemary's Baby, sua execução sádica, perturbadora e surreal o torna obrigatório em 2017.
5 -Logan Lucky
Depois de se dedicar à ótima série The Knick, Steven Soderbergh volta ao cinema com o divertido Logan Lucky, que bebe na mesma fonte da trilogia Ocean. Só que, ao invés de cassinos, o filme se passa durante uma corrida de Nascar na Carolina do Norte, onde dois irmãos 'azarados' planejam um assalto.
4 - Dunkirk
Os filmes de Christopher Nolan sempre são aguardados, e com Dunkirk não foi diferente. Dessa vez trabalhando com a Segunda Guerra, o diretor apostou em atores novos e mesmo os veteranos não têm tanto protagonismo. O filme foca-se somente na história, tentando trazer um tom heroico aos soldados ingleses que se viram encurralados diante do poder alemão. A cinematografia se destaca.
3- Brawl in Cell Block 99
S. Craig Zahler surgiu em 2015 com o ótimo Bone Tomahawk e, dois anos depois, retorna com o excelente Brawl in Cell Block 99. A fórmula é basicamente a mesma: uma primeira metade calma e mais lenta contrastando com a segunda, tensões étnicas evidentes, um casal que se separa de forma abrupta e uma reação brutal e sanguinolenta à isso. Vince Vaughn se destaca em um papel nada comum em sua carreira.
2 - Killing of a Sacred Deer
Depois do excelente The Lobster, o grego Yorgos Lanthimos se inspira em uma tragédia de Eurípedes na construção de seu perturbador e esquisito The Killing of a Sacred Deer, que traz o mesmo tom artificial de seu filme anterior, porém substitui a comédia pelo suspense. A narrativa segue o cardiologista Steven (Collin Farrel) que constrói uma relação de amizade com o estranho Martin (Barry Keoghan). Certamente o thriller psicológico mais interessante do ano.
1 - Blade Runner 2049
Sequência do aclamado e seminal filme, Blade Runner 2049, dessa vez dirigido por Dennis Villeneuve, não decepcionou, mesmo com todo o peso do filme anterior. A película traz a mesma narrativa densa e existencialista do original, assim como o tom claustrofóbico e ameaçador da megalópole distópica, a diferença é que agora são as ruínas desta. A dualidade entre humanos e andróides (replicantes) permance, tendo agora hologramas entre eles. Niander Wallace (Jared Leto) é o novo demiurgo que toma as rédeas da produção de replicantes, enquanto o policial K (Ryan Gosling) é o novo protagonista que flutua sobre os dois mundos. A linha entre falso e verdadeiro se torna mais confusa, uma vez que replicantes agora podem se reproduzir, gerando temas messiânicos em volta disto. A nostalgia está lá, mas ao contrário de Star Wars, ela não é apelativa ou a força-motriz do filme. Esteticamente, Blade Runner 2049 é perfeito.